sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Quando a vida baseia a teologia...

Ultrapassamos a metade do ano de 2013. Ele tem sido um ano especial para mim, pois ao final dele completarei 30 anos de trabalho pastoral. São 30 anos marcados por ótimas lembranças e experiências, pelas quais agradeço a Deus todos os dias. O mesmo faço em relação às comunidades que nesse período me acolheram, me amaram e me ensinaram tantas coisas: Parque Araruama, Gramacho, Piabetá, Filadélfia (no Rio), Vila Campestre, Jardim Santo André e Vila Campestre (em São Paulo) e também ao Bennett e à Faculdade de Teologia (Umesp). Datas "redondas" são sempre significativas: em 2011, eu e Magali celebramos 25 anos de casados, em 2012, eu completei 50 anos de vida. Mas, as datas "redondas", embora significativas, revelam nossa "velhice" que já vem chegando (rss). Quero expressar minha gratidão a Deus por tudo isso.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Teologia e Pluralismo Religioso.

Vejam artigos que publiquei recentemente com avaliações teológicas sobre o pluralismo religioso.

1. "Pluralismo e religiões: bases ecumênicas para uma teologia das religiões". Estudos de Religião, v. 26, n. 42, p. 209-237, 2012.
Apresenta bases significativas de uma teologia ecumênica das religiões, considerando os desafios do tempo presente, em especial o pluralismo religioso e cultural, e tendo em vista a construção de uma lógica plural para o método teológico. Apresenta, também, sínteses da visão de autores que têm dado uma contribuição relevante para o tema, como Paul Knitter, Andrés Torres Queiruga, Roger Haight e John Hick, no campo europeu e estadunidense, e José Maria Vigil, Marcelo Barros, Diego Irarrazaval e Faustino Teixeira, no campo latino-americano.

2. "Ecumenismo, pluralismo e religiões: a busca de novos referenciais teóricos". Revista Eclesiástica Brasileira (REB), v. 72, n. 287, p. 651-663, 2012.
Como indicativo da necessidade de novos referenciais teóricos para as ciências da religião está uma compreensão mais adequada da diversificação cada vez mais visível do quadro religioso e o crescente anseio da parte de diferentes grupos pelos diálogos interreligiosos, não obstante ao simultâneo fortalecimento das propostas de cunho fundamentalista. Este panorama tem implementado novas perspectivas hermenêuticas, teológicas ou não, mas ainda possui no horizonte a maior parte de suas questões. Estas também necessitam ser formuladas de maneira mais adequada e debatidas com profundidade.

3. "Religiões e Paz: perspectivas teológicas para uma aproximação ecumênica das religiões". Horizonte, v. 10, n. 27, p. 917-936, 2012.
Trata das possibilidades de uma teologia ecumênica das religiões tendo como eixo articulador a preocupação pela paz, pela justiça e pela integridade da criação. O objetivo é analisar temas de destaque para o cenário das análises sociais e teológicas como: a) O valor do humano e da ética social para o diálogo interreligioso, b) As possibilidades de uma unidade aberta, convidativa e integradora no âmbito das religiões; c) A importância pública das religiões; d) As religiões como códigos de comunicação; e) O poder do império e o poder do diálogo das religiões. Para isso, recorre-se às contribuições de Hans Küng, Jürgen Moltmann, Julio de Santa Ana, Xavier Pikaza e José Comblin respectivamente.

4. "A teologia diante das culturas afro-indígenas: interpelações ao método teológico". Numen, v. 15, n.2, p. 515-535, 2012.
Reflexão sobre questões que interpelam o método teológico, suscitadas pela realidade das culturas afro-indígenas, especialmente a relação entre subjetividade e racionalidade.  As realidades das culturas religiosas afro-indígenas que marcam o contexto latino-americano, se consideradas pela reflexão teológica, em postura de diálogo crítico e interpelador, possibilitam uma revisão do método teológico em diferentes aspectos. Dois deles são destacados no texto: O primeiro é o alargamento da visão sobre a realidade, sobre o ser humano e sobre o cosmo baseado na primazia da vivência comunitária em detrimento das lógicas doutrinais e formais, e também na maior ênfase na dimensão do despojamento e da autodoação em contraposição às formas cristológicas sacrificialistas; descartadas, no entanto, as muitas idealizações das referidas culturas feitas por diferentes círculos. O segundo é que as dimensões de subjetividade e as experiências lúdicas e rituais dos grupos religiosos afro-indígenas, uma vez vistas como interpelação à teologia cristã, redimensionaria o caráter fortemente racional nela presente e geraria novas sínteses entre fé e ações práticas.

5. "Pluralismo e religiões: a questão cristológica em foco". Horizonte, v. 11, n. 29, p. 353-380, 2013.
O texto apresenta uma perspectiva cristológica plural na relação interreligiosa, a partir da visão de que cada expressão religiosa tem a sua proposta salvífica e de fé que devem ser aceitas, respeitadas, valorizadas e aprimoradas a partir de um diálogo e aproximação mútuas. Tal perspectiva não anula nem diminui o valor das identidades religiosas - no caso da fé cristã, a importância de Cristo -, mas leva-as a um aprofundamento e amadurecimento, movidos pelo diálogo e pela confrontação justa, amável e corresponsável. Assim, a fé cristã, por exemplo, seria reinterpretada a partir do confronto dialógico e criativo com as demais fés. O mesmo deve se dar com toda e qualquer tradição religiosa. Consideramos que tal visão, em certo sentido, supera outros modelos como aquele que considera Jesus Cristo e a Igreja como caminho exclusivo de salvação; o que considera Jesus Cristo como caminho de salvação para todos, ainda que implicitamente, o que se denominou inclusivismo; e a perspectiva relativista na qual Jesus é o caminho para os cristãos, enquanto para os outros o caminho é a sua própria tradição, sem maiores esforços de autocríticas, revisões e mútua interpelação. Na visão pluralista, os elementos chaves da vivência religiosa e humana em geral são alteridade, respeito à diferença e o diálogo e cooperação prática e ética em torno da busca da justiça, da paz e do bem-comum. A aproximação e o diálogo entre grupos de distintas expressões religiosas cooperam para que elas possam construir ou reconstruir suas identidades e princípios fundantes.

6."Teologia e espiritualidade ecumênica: implicações para o método teológico a partir do diálogo interreligioso". Estudos Teológicos, v. 53, n.1, p. 57-73, jan/jun 2013.

Diante do pluralismo religioso faz-se necessária para a teologia das religiões uma atenção especial à articulação entre a capacidade de diálogo dos grupos religiosos e os desafios em torno da defesa dos direitos humanos e da promoção da paz, pressupondo que a espiritualidade ecumênica requer visão dialógica, alteridade, profunda sensibilidade com as questões que afetam a vida humana e inclinação para os processos de humanização, favorecendo assim perspectivas utópicas, democráticas e doadoras de sentido na sociedade.

http://periodicos.est.edu.br/index.php/estudos_teologicos/article/view/281/792

O Sedutor Futuro da Teologia.

Livro organizado com textos onde apresento as perspectivas da reflexão teológica para as próximas décadas e temas desafiadores como: a teologia ecumênica das religiões, a participação de homossexuais nas igrejas evangélicas e a possibilidade de uma espiritualidade libertadora. Reuní textos de Vania Daibert e Daniel Santos Souza, estudantes de teologia que orientei em pesquisas de iniciação científica.



 

A Teologia da Libertação morreu? Reino de Deus e Espiritualidade hoje.

Aqui vocês encontrarão um balanço histórico da Teologia Latino-Americana da Libertação e a indicação de seus principais desafios.


Teologias e Literaturas: aproximações entre religião, teologia e literatura.

Esse é nosso novo livro, que tive oportunidade de organizar com Hugo Fonseca Alonso Júnior, reunindo trabalhos de meus estudantes da Pós-Graduação em Ciências da Religião e que estudam a relação entre teologia e literatura. Nossa gratidão à Fonte Editorial pela confiança. 

A Teologia das Religiões em Foco: uma guia para visionários.

Aqui vocês encontrarão um material norteador para o debate complexo e e cada vez mais destacado que é a teologia ecumênica das religiões e os temas que surgem a partir do pluralismo e do diálogo interreligioso. Trata-se de um texto didático que apresenta diferentes visões de teólogos/as que refletem sobre o pluralismo religioso. O livro foi escrito em conjunto com Daniel Santos Souza e tem tido boa repercussão nos meios acadêmicos e eclesiais.

Libertação e Gratuidade: reflexões teológicas sobre a espiritualidade.

No início desse ano de 2013, a Editora Paulinas publicou o meu mais recente trabalho: Libertação e Gratuidade: reflexões teológicas sobre a espiritualidade. Trata-se de uma crítica à Teologia Latino-Americana da Libertação feita a partir de dentro e em compromisso com os princípios fundamentais dela, especialmente a preferência nos diversos setores da vida que o Evangelho exige que demos às pessoas pobres. O prefácio é de Leonardo Boff. Confiram!